COMO LIDAR COM FAMILIARES QUE NÃO TOMAM ATITUDE?

Tempo de leitura: 3 minutos

Recebo muitos e-mails e mensagens perguntando o que seria possível fazer no caso de familiares que demoram a tomar atitudes em relação às necessidades observadas do paciente.

Em primeiro lugar precisamos considerar que esta pessoa que precisa de cuidados, antes de qualquer adoecimento ela tem uma história. E uma história com a família que cuidará dela quando houver esta necessidade.

Este é um ponto de partida importante, pois pensamos muitas vezes que o familiar doente mudará seu comportamento e suas manias depois que ficar doente ou pensamos que os familiares mudarão sua forma de tratá-lo pelo simples fato de estar doente.

E isto não é verdade, principalmente se a história de vida do paciente e de seus familiares não era uma história positiva antes do adoecimento.

No entanto, umas das formas mais positivas de pensar e lidar com esta questão seria através da comunicação, seja você uma cuidadora familiar ou profissional.

Se você é uma cuidadora profissional que, no geral, acaba sendo a pessoa que passa a maior parte do tempo com o paciente, é importante conversar com a família sobre suas observações, tais como, comportamentos do paciente, dificuldades do paciente ou dificuldades no trato com o paciente, alterações na rotina que podem beneficiar o paciente, entre outras coisas relacionadas ao cuidado.

Este relacionamento interpessoal através da comunicação com a família é extremamente importante.

Eu diria até que o relacionamento interpessoal é uma das principais habilidades do cuidador profissional, já que trabalha com pessoas. Até porque precisa estar em constante comunicação com a família.

Do lado da família, eu apontaria a importância de saber escutar as observações das pessoas que cuidam de seus familiares.

Importante lembrar que por mais que a família tenha uma super estrutura/equipe para cuidar do seu familiar doente, a RESPONSABILIDADE do cuidado é sempre da família.

No caso do cuidador familiar, a comunicação com os outros familiares que não participam tanto também é um ótimo recurso.

A diferença é que ele não tem como fugir à responsabilidade, já que cuida do cuidado propriamente dito e de todas as decisões relacionadas ao cuidado do paciente.

Há famílias que possuem uma boa comunicação sobre as necessidades do paciente, revezam-se no cuidado do dia-a-dia e ainda conseguem cuidar cada um do seu próprio lazer nas horas de folga.

Já naquelas famílias onde o cuidado não é tão dividido assim, o familiar que cuida precisa ser mais claro nesta comunicação, pedindo com especificidade por ajuda ou apoio às suas necessidades.

Nem sempre teremos de retorno as respostas ou atitudes que esperamos, mas relacionar-se bem e, principalmente, comunicar-se bem e sem ruídos é a melhor forma de avançarmos nesta questão.

Inclusive, esta habilidade é tão importante que eu escrevi um texto sobre
A Importância da Comunicação no Cuidado Domiciliar“.

Pois quanto menos falamos, menos o outro toma conhecimento do que acontece ou pode acontecer na rotina de cuidados.

E eu acho importante pedir, dizer com todas as letras sobre suas necessidades e dificuldades. Isto porque quem está fora não sabe o que acontece com quem está dentro do cuidado.

Até porque, o cuidador não cuida só das necessidades físicas do paciente, mas ele passa muito tempo observando as mudanças de comportamento ou de atitude de seu familiar e preocupado com a rotina e como dar conta dela.

O cansaço e o estresse do cuidador não é só físico, mas mental também.

E é importante lembramos que cada um tem seu tempo e sua maneira para lidar com os problemas de uma forma diferente.

E você? Como lida com essa questão? Compartilha conosco aqui nos comentários 🙂
Até o próximo post!

2 Comentários

  1. Elaine

    Meu nome é Elaine eu sou casada tenho 1 filha de 4 anos e estou responsável pelos cuidados com meu pai que sofre de esquizofrenia e AVC ele precisa de que trocar as fraldas dar banho e todos os outros cuidados só que eu estou cansada física e mentalmente.moro na casa de cima e ele meu pai na casa de baixo só que o meu irmão tentou cuidar dele mais não conseguiu ele já tinha envolvimento com drogas e por este motivo foi ameaçado de morte e não pode voltar aqui em casa para cuidar do meu pai.meu pai não responde por si quem é o tutelar legal dele é meu tio que é policial irmão dele e ele tem outros 9 irmãos sendo 3 irmãs e 6 irmãos homens só que os únicos que ajudam é só uma das minhas tias mais ela mora longe e teve que ir embora por estes dias e o meu tio que tem a tutela dele só administra o dinheiro para compra dos alimentos, despesas porque ele também não pode cuidar porque tem esposa e dois filhos adolescentes.fora ele administrar as compras ele leva ele 1 vez ao mês no caps para tomar a injeção haldol para a doença de esquizofrenia.so que eu já estou cansada e as vezes até xingo e acabo até na hora da raiva ele sem querer, mais não é porque eu quero é porque estou sozinha e não tenho como recorrer para pedir ajuda tenho meu esposo e filha e acabo descontadando o stress Neles dois e no meu pai.nao consegui a tutela dele porque já tentei suicídio várias vezes e constou para o juiz e meu irmão também não conseguiu porque tinha sido preso e quando criança fui abusada pelo meu pai mais já o perdoei só que estou cansada física e mental e preciso de alguém para me ajudar com ele mais o juiz só determinou para pagar só 100 reais para quem for cuidar dele e ele recebe 1800 e o juiz disse que tem que gastar este dinheiro com as despesas que envolvem ele.mais quem vai querer cuidar de uma pessoa por 100 reais?meu pai tem 57 anos e o juiz só determinou asilo para ele com 60 anos só que ele não quer ir também e eu me sinto culpada de quando chega o tempo dele ir para o asilo porque por mais que seja difícil já me envolvi muito com os cuidados só que estou cansada física e mental e as vezes da vontade de sumir e acabar com tudo de vez por favor me aconselha porque minha família fala que eu fico reclamando e que a obrigação é minha mesmo de cuidar dele aí fico com os pés mãos atadas sem saber o que fazer!. estou sofrendo muito

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    1. Soraia Boldarine

      Elaine, a sua situação é bastante complexa e complicada. Concordo que só reclamar não trará solução. Vc precisa de um apoio psicológico. Vc pode procurar em postos de saúde, clínicas escola ou mesmo profissionais particulares para uma terapia. Neste momento de pandemia, a maioria do profissionais está atendendo online. Veja o que consegue articular e me dá um retorno 😉 Abraço

      Responder

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