Olá, eu sou a Soraia Boldarine, fundadora do blog Compartilhando Cuidado.
Se você é cuidadora familiar ou profissional e está procurando:
- informações sobre o cuidado em domicílio;
- notícias sobre legislações e novidades na área da assistência domiciliar;
- dicas sobre o dia-a-dia do cuidado domiciliar de seu familiar ou paciente;
- maneiras de cuidar mais e melhor de você sem descuidar de seu familiar ou paciente;
- trocar experiências com outras profissionais e outras cuidadoras familiares.
Então você está no lugar certo!
Não sabe se é uma cuidadora efetiva?
Eu chamo de cuidador ou cuidadora aquela pessoa que cuida de uma outra pessoa convalescente. Muitas vezes você pode não ser a cuidadora direta do seu familiar, seja porque ele tem outros cuidadores familiares ou porque cuidadores profissionais fazem esta parte.
No entanto, apesar de ser uma cuidadora esporádica ou um pouco mais distante, você é considerada cuidadora. Eu já escrevi um pouco sobre as funções do cuidador, e você pode ler clicando aqui.
Mas lembre-se, mesmo se você tiver toda uma estrutura para cuidar do seu familiar doente, a responsabilidade relativa ao cuidado dele será sempre da família.
Veja como a Compartilhando Cuidado pode te ajudar
Para um bom cuidado, é preciso informação, organização, planejamento e DECISÃO! Por mais que você ache que não, o cuidado que dispomos a alguém é sempre uma decisão nossa, por mais que você se sinta obrigada a realizá-lo.
Com o intuito de cuidar dos cuidadores, mas também de fornecer informações relativas ao cuidado, surgiu a Compartilhando Cuidado.
Nossa ideia é a de trazer à tona reflexões importantes relativas não só ao cuidado das pessoas doentes, mas também formas da cuidadora poder cuidar dela mesma, de sua saúde física e emocional.
Um pouco da minha história
Eu sou Soraia Boldarine e me formei psicóloga na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, a PUC-SP, em 2003.
Nunca pensei em trabalhar em home care, mas adorava a área hospitalar e fiz diversas disciplinas voltadas ao atendimento em clínicas e hospitais durante a graduação.
Assim que me formei abri meu consultório particular, lugar de atendimento que nunca abandonei e continuo atendendo até hoje.
Mas, no início, nem tudo são flores. Então, eu dividia as minhas atividades entre clinicar no consultório e dar aulas de inglês numa escola de idiomas.
Nos primeiros cinco (5) anos de formada, eu participei de diversos projetos juntos com diferentes colegas de profissão, até que fui convidada por uma dessas colegas a fazer parte de uma equipe de psicólogas que atendiam numa empresa de home care.
Não sabe o que é home care? Leia aqui, então!
E já são mais de oito (8) anos trabalhando com a assistência domiciliar, visitando pacientes, acompanhando cuidadores no domicílio e em alguns cursos que fui convidada a participar como professora.
Para além da teoria
Depois de algum tempo trabalhando no setor privado da assistência domiciliar, eu passei por uma situação pessoal bem complicada.
Minha avó paterna sofreu um acidente vascular cerebral, o famoso AVC, também conhecido na linguagem popular como derrame. Ela já havia passado por isso antes, mas não havia ficado com sequelas.
Desta vez, ela ficou com sequelas significativas: não podia mais caminhar, todo o seu lado esquerdo ficou paralisado e sua fala ficou bastante atrapalhada.
Essa foi a parte mais difícil pra mim, pois ela não mais conseguia contar suas histórias de vida, que eu gostava tanto de escutar.
Quando ela voltou pra casa foi uma confusão geral de papéis na família. As perguntas eram: quem seria a cuidadora? quem pagaria o plano de saúde? e as contas da casa, compras e demais necessidades da paciente? quem podia ajudar? como dividir tudo isso e estar presente sem que meu avô se sentisse invadido pela nossa presença diariamente?
No meio desse caos ainda fomos surpreendidos pelo plano de saúde nos ofertando alguns atendimentos em domicílio. A maior parte da minha família não sabia do que se tratava e nem se seria bom para ela e muito menos para meu avô, que nesta hora (coitado!), já nem sabia mais onde estava.
Aos poucos fui conversando com as pessoas ali mais próximas ao cuidado e aos poucos fomos ajustando as novas necessidades da minha avó, uma nova rotina para a casa e os atendimentos terapêuticos que ela recebeu até o dia em que nos deixou.
Ela recebeu durante anos as visitas do médico, de uma enfermeira, fisioterapeuta, fonoaudióloga e a nutricionista.
E não para por aí
Aprendi muito esses anos, não só com as famílias que atendi e ainda atendo, mas também com os conflitos dentro da minha própria família.
Ainda hoje ajudo a cuidar da minha avó materna com 95 anos que, felizmente, é super lúcida e comunicativa e passa horas nos finais de semana me contando as suas histórias de vida.
Ajudo ainda a cuidar da avó do meu marido, com 101 anos! A vozinha já é acamada há alguns anos e sua cuidadora exclusiva é minha sogra, que se vira nos 30 apenas com a minha ajuda e de meu marido para dar conta de tudo. Tudo mesmo!
Por que dividir esse conhecimento?
No meu trabalho, eu visitava as famílias, uma a uma, repetindo sempre as mesmas orientações. Era uma rotina cansativa pra mim e pouco efetiva para as famílias em suas dificuldades.
Pensando numa forma de ser mais assertiva e otimizar o meu trabalho, atingindo um maior número de famílias, eu tive a ideia de compartilhar as orientações que eu passava às famílias uma a uma nas minhas visitas pela internet.
Além disso, algumas reflexões que eu fazia junto com cada família já estão no blog ou em nossa página do Facebook.
E o sucesso deste projeto não poderia ter sido maior! Nestes mais de oito (8) anos atendendo as famílias em suas residências uma a uma, eu atingi algumas centenas de famílias.
Com a Compartilhando Cuidado logo no nosso primeiro evento, que foi a 1º Semana do Cuidador Familiar, nós atingimos 4.321 famílias!!!
Foi uma semana inteirinha recheada de muito conteúdo que aconteceu em março de 2017. Foram 21 palestras com os mais experientes profissionais da área no Brasil inteiro.
Assim, nasceu a Compartilhando Cuidado, com a missão de disseminar informações precisas e oficiais para o maior número de pessoas possível.
Isto porque entendemos que o cuidado é uma das atividades humanas mais difíceis e complexas, que envolvem não só o esforço físico, mas emocional, social e de relacionamento interpessoal também por parte de quem cuida.
No entanto, tudo isso pode ser organizado e planejado adequadamente com base em informações corretas e precisas.
Assim, compartilhar é sempre o nosso objetivo principal, até porque acreditamos que tudo está sempre em movimento, se modificando e se aprimorando.
Afinal, todas nós somos, fomos ou seremos cuidadoras um dia!