O DOMICÍLIO É O MELHOR LUGAR PARA O FAMILIAR DOENTE?

Tempo de leitura: 3 minutos

Em outro post nós falamos dos limites emocionais do cuidador familiar, que muitas vezes o leva a optar por colocar o seu familiar doente em uma instituição por não ter mais condições emocionais de cuidar do mesmo.

Hoje nós vamos falar um pouco dos limites emocionais do paciente. Você já se deparou com aquela pessoa que adora ir ao médico, fazer exames e está sempre circulando pelo pronto-socorro ou pelo posto de saúde da sua região? Pois é…

Qual o melhor lugar para o familiar doente?

Há que prefira estar no hospital! E não é à toa. Lá nós temos alimentação “gratuita” de 5 a 6 vezes por dia, higiene e com quem conversar. Se pararmos pra pensar na situação político-econômica do nosso país, muitas pessoas não tem condições de comprar alimentos para 6 refeições ao dia. Além disso, você pode preencher o dia conversando com a equipe multiprofissional, o pessoal da limpeza, da segurança e até da recepção.

No entanto, ir para o hospital pode ser uma forma de receber atenção também. Lembrei-me de um senhor que atendi que todo mês estava hospitalizado com a pressão descontrolada. Era viúvo e a única filha havia se mudado para uma cidade próxima no interior de São Paulo. Toda vez que ele hospitalizava, a filha precisava sair de sua cidade, vir pra São Paulo e ficar com o pai até que ele estabilizasse. Depois de um mês, o paciente estava lá de novo no hospital… Até que a equipe percebeu que precisava cuidar do lado emocional deste paciente para que ele em seu dia-a-dia conseguisse se cuidar e com a filha foi preciso reorganizar a dinâmica familiar.

Outro paciente que me lembrei foi o de um senhor que era diabético e fazia uso de dois tipos de insulina. Num determinado momento, ele passou a se confundir e a fazer o uso incorreto das insulinas, o que fazia com que ele tivesse picos de hipoglicemia, tendo que correr para o hospital ser atendido e receber glicose na veia.

Lembrei-me ainda de uma senhora que preferiu ir morar numa casa de repouso. Viúva, possuía um único filho, cujo trabalho dependia de viagens constantes pelo Brasil. Para não ficar sozinha decidiu morar numa instituição onde os pacientes eram divididos conforme suas necessidades. Haviam os pacientes totalmente dependentes, os pacientes semi-dependentes e os independentes como ela. Ela possuía uma suíte toda adaptada pra ela, além de fazer 6 refeições diariamente (e não ter que se preocupar com isso) e participar de oficinas e atividades físicas que eram propostas pela instituição.

Amplie os horizontes e analise sem preconceitos

Nestes exemplos, vimos que os pacientes, independente de suas patologias, eram capazes de tomar decisões com relação às suas vidas e tratamentos. Por isso, se faz tão importante poder respeitá-los e acompanhá-los, na medida do possível, em sua vontades e desejos. A ideia aqui não é a de defender uma postura ou outra, mas sempre de ampliar nosso horizontes e poder analisar as situações com as quais nos deparamos sem preconceitos.

Esse era o recado de hoje!

Continue compartilhando cuidado conosco. Portanto, não esqueça de deixar o seu comentário.

Nos vemos nos próximo post. Até mais!

8 Comentários

  1. Iracema Santana Souza

    Sou tec. Enfermagem cuido de minha mãe que teve um AVC ficou com sequela mais eu quero aprender mais.

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    1. Soraia Boldarine

      Olá, Iracema! Com certeza aprender nunca é demais. Obrigada pelo comentário e por dividir sua história conosco. Abraço, Soraia.

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  2. Virgínia Soares Fachini

    Estou gostando muito e aprendendo a enxergar as necessidades do paciente e como lidar com elas.
    Muito obrigada.

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    1. Soraia Boldarine

      Olá, Virgínia! Obrigada pelo comentário. Fico feliz em saber que nosso blog está te ajudando. A ideia é essa mesma! Vem muita coisa boa por aí. Abraço, Soraia.

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  3. Tenho interesse de receber informacoes pois estou cuidando da minha mae e gostaria de aprender como lidar com a situacao pois minha mae tem alzaimer desde ja fico agradecida .Ja me inscrevi.

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    1. Soraia Boldarine

      Olá, Lourdes! Obrigada por estar conosco e dividir um pouco de sua história. Abraço

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  4. Eloa de Carvalho Lourenço

    Acredito ser importantíssimo respeitar o que o paciente deseja, e é importante, que haja revezamento nos cuidados. Para isso, importante reconhecer que o cuidador eleito ou escolhido, seja pelas circunstâncias do convívio ou proximidade/disponibilidade, também tem dificuldades de liberar esse cuidado para outros membros. Isso é bem comum acontecer. O que cria uma co-dependência, e muitas vezes, sobrecarrega apenas um membro. Importante que alguém da equipe multiprofissional aponte essa possibilidade real e que se tem que estar muito atento. A dependência afetiva -emocional de ambos (paciente e cuidador familiar).

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    1. Soraia Boldarine

      Olá, Eloa! É isso mesmo. Precisamos ter empatia não só com o que sente o familiar doente, mas também reconhecer o esforço do cuidador. Só assim poderemos cuidar mais e melhor de quem amamos. Abraço

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