QUANDO A FAMÍLIA DEVE LEVAR O PACIENTE PARA UM RESIDENCIAL?

Tempo de leitura: 3 minutos

Quando levar o paciente para um residencial é um assunto sempre muito polêmico e, justamente por isso, é que precisamos falar cada vez mais sobre esse assunto para trabalharmos as questões envolvidas nesta decisão.

Posturas rígidas não nos ajudam a evoluir no debate, pois encerram a discussão e não nos permitem pensar sobre os conceitos e as bases para se tomar ou não esta decisão.

DIFERENTES REALIDADES

Há famílias que possuem condições financeiras e emocionais para cuidar de seu familiar em casa, independente de estarmos falando de uma patologia mais tranquila de ser cuidada em casa ou de uma patologia mais complexa que exige maiores cuidados e dedicação.

Por outro lado, há famílias que não possuem condições financeira e/ou emocional para cuidar do seu familiar doente em casa.

Quer um exemplo? Um familiar que se tornou cuidador e não consegue ver sangue. Este é um limite importante de ser considerado e não pode ser entendido como frescura. Como socorrer o familiar numa intercorrência onde se observa sangue?

Mesmo a cuidadora mais experiente, sendo super “mão na massa” e que dá conta de tudo relacionado ao paciente pode ter um limite para realizar determinados procedimentos com o seu familiar. E dependendo da complexidade da patologia do paciente, os procedimentos de que necessita são mais complexos e muitas vezes invasivos.

Por isso, quando uma família decide por institucionalizar o paciente, ela não está necessariamente abandonando o paciente, mas considerando todos os aspectos e dificuldades relacionados ao cuidado

Não só o lado emocional, do paciente e do cuidador, mas também a patologia do paciente e suas necessidades precisam ser observadas. Qual condição tem este cuidador de dar conta do que precisa ser feito?

COMO LIDAR ENTÃO?

Quando levar o paciente para um residencial deve ser um momento de reflexão da família. Nunca é fácil! E não é mesmo para ser fácil, pois é preciso decidir-se por tirar o paciente de sua residência e levá-lo para uma instituição ou mantê-lo em casa com uma estrutura apropriada às suas necessidades.

E aqui não falamos apenas da residência, mas de um lar. Do lugar em que esse paciente viveu a sua vida, que possui a sua história. Ser o portador dessa decisão é algo muito difícil!

No entanto, é preciso reconhecer e dizer que há pacientes que são muito melhor cuidados na clínica, justamente porque precisam de procedimentos específicos que o cuidador familiar não tem condições de prover, quer por um limite emocional, quer por um limite de entendimento do que ali acontece.

É importante não fechar os olhos para essas dificuldades e rotulá-las de frescura. Tendemos a achar que um cuidador familiar que não está apto a cuidar de seu familiar doente está com frescura e isso não é verdade.

Não podemos também nunca nos esquecer da história de vida de cada um e como cada um construiu suas relações familiares e sociais.

CUIDADORES PROFISSIONAIS

Um cuidador profissional, por sua vez, escolhe o cuidar como profissão. Em geral, se preparam, fazem cursos, participam de encontros de cuidadores e etc. Ainda assim, podem e devem observar os seus limites.

Com o dia-a-dia do cuidado, as cuidadoras profissionais vão ganhando confiança e se afirmam na profissão. A partir da experiência são capazes de decidir se cuidarão ou não de determinados pacientes.

E isso pode acontecer porque não desejam atender certas patologias ou porque consideram importante a participação da família e não encontram esta colaboração na prática. Isso é possível para o cuidador profissional e é importante que ele tenha essa clareza.

E você? O que pensa desta situação?
Deixe seu comentário e compartilhe cuidado conosco!
Até o próximo post! 🙂

4 Comentários

  1. Maria Helena Barbosa Santos

    Eu amo todos os idodsos tenho esperiencia de 15 anos . Tambem sou auxiliar de idosos . E em uma ocorrencia , deveremos com urgencia chamar o medico , ou remover o idoso urgente , para um hospital . Com seguranca . Devemos pensar rapido ….Obrigada.

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  2. Cecília maruso passos

    Eu já trabalhei com esta paciente a 2 anos atrás…só que quem cuidou dela estes 2 anos…..deixou a paciente em estado deplorável…. e não vejo recuperação….estou de novo com ela a 6 meses …não vejo melhora…acho que o estrago na,sua saúde foi irreversível…. por isso penso em falar para família coloca-la numa clínica…..o que devo fazer !!??

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    1. Soraia Boldarine

      Oi Cecília! Olha, vc pode conversar sim com a família. Bastante corajoso e empático da sua parte pensar assim. Mas lembre-se, a decisão é da família e vvc, em seu turno, deve sempre fazer o melhor pelo paciente com os recursos que vc tiver. Boa sorte!

      Responder

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